sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A CASA DOS TREZE IRMÃOS

Acervo Ralph Mennucci Giesbrecht / Sud Mennucci

Treze irmãos moraram nesta casa, a casa de Daniel de Oliveira Carvalho e de sua esposa Constança da Silva Oliveira, em Porto Ferreira. A casa não existe mais, infelizmente. Ficava na esquina das ruas Coronel Procópio Carvalho e Matias Cardoso e a cerca de 3 a 4 quarteiroes da estação ferroviária da cidade.Os treze filhos de Daniel moraram durante a infância e a adolescência ali; depois, com exceção dos dois que faleceram muito cedo, Madalena (1899-1900) e Lollio (1896-1921), todos eles saíram para São Paulo, alguns voltando para “o Porto” mais tarde, ou para outra cidade do interior paulista.

Doze deles foram meus tios-avôs. Uma foi minha avó, Maria, que, depois de deixar o Porto com seu marido Sud em 1920, foi para Campinas e Piracicaba, para terminar vivendo na Vila Mariana, em São Paulo, a partir de 1925. Morou também no Sumaré, entre 1966 e 1969, mas voltou para a Vila Mariana.

Os outros: Manoel (Maneco) casou-se e foi para São Paulo, onde morou na rua São Leopoldo, no Belém, depois na rua Margarida, na Barra Funda e tinha uma chácara onde passava as férias no Embu. Nos anos 1940 voltou para o Porto e foi Prefeito da cidade em 1948. Luisa, a segunda filha, viveu no Porto e em outras cidades, como Leme, pois seu marido era caixeiro-viajante. Abandonada por este, foi para São Paulo e viveu em diversas casas na Vila Mariana, além de ter morado também na chácara de Sud e Maria em Mogi das Cruzes.

Joaquim foi o terceiro dos irmãos, e o terceiro a falecer. Em São Paulo, morava nos Campos Elíseos e trabalhava na Praça da Sé. Maria foi a quarta filha. Lollio foi o quinto e Angélica a sexta. Esta casou-se com um dentista e farmacêutico de São Simão, Antonio Siqueira de Abreu, e foram morar por pelo menos 20 anos nessa cidade. De lá vieram, por volta de 1939, para a rua Guaicurus, na Lapa, na Capital, e dali mudaram-se para diversos endereços na Vila Mariana, entre os quais a casa da rua Vergueiro de número 2024, demolida pelo metrô.

Madalena morreu com dias de idade. Olímpia, a Lila, morou em São Paulo com seu marido em diversos locais, entre os quais a rua Sud Mennucci, na Vila Mariana. Mario morava na Vila Mariana também. Urbano, para dizer a verdade, não sei onde morava – mas não duvido que tenha sido na Vila Mariana também. Homero idem – mas mudou-se cedo para Piracicaba, onde faleceu. Esther, solteira, sempre morou com Maria ou com Angélica. Finalmente, Flávio, um dos historiadores de Porto Ferreira e trinta anos mais novo que seu irmão mais velho, era como se fosse um filho de Maria, com quem veio a morar depois da morte de seu pai em 1928 e de sua mãe em 1932. Morou um tempo na rua Senna Madureira... na Vila Mariana. Depois, voltou para o Porto, onde foi vereador.

São histórias que podem ser desenvolvidas muito mais. É interessante ter-se alguns dados das pessoas que conhecemos há tanto tempo – todas mortas hoje – para que elas tenham alguma vida, para que não se pareçam com fantasmas que jamais existiram. Alguns desses tios e tias eu conheci, incluindo maridos e esposas – outros não. Algumas das casas citadas eu visitei – outras tenho notícias apenas por cartas antigas.

Que descansem em paz.

Um comentário:

  1. Muito bom!
    Acompanho com frequência esse blog e realmente é sensacional.
    Muito válido contar a história da sua família, afinal as cidades (Capital e Interior), ainda eram embriões na década de 30/40... Resgatar essas histórias é o mesmo que resgatar a história das cidades.
    Abraços!

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