quinta-feira, 30 de junho de 2011

OS TRILHOS DO MAL (V)


Mais um episódio dos "trilhos do mal" foi escrito nos últimos dias. E em diversos lugares diferentes. A Câmara Municipal de Formiga está reclamando da FCA - Ferrovia Centro Atlântica -, concessionária dos serviços da ferrovia ex-RMV que passa pela cidade mineira, pois nos últimos dias uma senhora com mais de oitenta anos foi atropelada.

A linha está na cidade há 106 anos e parece que ninguém notou.

Também, quem respeita a ferrovia? Em Mongaguá, litoral sul, SP, um prefeito construiu um arco na entrada da cidade no ano de 2002 e gastou 83 mil reais para tal, na época. Além de ser algo totalmente dispensável, ele ainda foi erigido na faixa de domínio da via férrea, ex-Sorocabana, que passa pela cidade há 98 anos.

É verdade que a linha está abandonada desde 2003. Porém, ela ainda está lá e ninguém a comprou - e a concessionária da linha abriu um processo contra a Prefeitura para que ela ponha abaixo a inutilidade que levantou em terreno dos outros. E ganhou em todas as instâncias. Agora o prefeito vai ter de gastar mais dinheiro para derrubar tudo. Enquanto isso, a concessionária diz que o ramal será reativado ainda este ano. Quem acredita?

E, no Rio, o Estado foi intimado por decisão judicial, há dois anos, a fazer a manutenção da linha e dos bondes de Santa Teresa. Ele fez? Não, ainda não. Agora que um turista morreu porque caiu do bonde e do alto dos arcos (12 metros), um dos pensamentos é, claro, acabar com a linha. Só que os bondes de Santa Teresa, que passam sobre o aqueduto da Carioca, são parte do cartão postal carioca. Conhecidos no mundo inteiro, vem gente de toda a parte somente para andar nele. E o Estado, seu dono, não cuida como deve.

É a ferrovia do mal. Ninguém cuida dela como cuidaram até 70 anos atrás, mas ela é muito mais últil do que se pensa.

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