sábado, 25 de agosto de 2012

ENTRE 1946 E 2012, POUCO OU NADA AVANÇAMOS

Enquanto o país está em crise, indústrias reduzem a produção, funcionários são demitidos, o desmprego aumenta, as greves de funcionários públicos federais chega já a três meses prejudicando a todos indistintamente, o governo federal simplesmente diz que vai negociar. Isto, após três meses de greve em diversos setores.

Os funcionários da União simplesmente dizem que querem o apoio do povo para sua greve, porém, parando de trabalhar ou fazendo "operações-padrão", brecam todo o processo causando prejuízos e atrados para diversas pessoas que nada têm a ver com isso e, portanto, que não somente deixam de aopiar qualquer movimento grevista, como ainda amaldiçoam a todos os grevistas.

Lá em Brasília, os arrogantes juízes do Supremo Tribunal Federal julgam o tal mensalão sete anos após ele ter ocorrido e, pelo jeito, não punirão ninguém, embora esteja mais do que claro que todos os réus são efetivamente culpados.

Em tudo que é citado acima, vemos uma série de interesses pessoais prevalecendo sobre o que deveria ser o bem maior: o interesse do povo brasileiro. E na esteira de tudo isso vêm as eleições para prefeitos e vereadores de forma desanimadora: boa parte dos candidatos são ridículos e, se não o são, não sabem mostrar que não o são. A propaganda política nas televisões é insuportável e um festival de mentias e amenidades. O que me interessa saber que os candidatos carregam crianças no colo e as beijam, andam de ônibus, comem bananas, vão visitar a própria mãe, isto tudo mostrado com musiquinhas chatérrimas ao fundo?

As promessas são de melhorias para as minorias e nada é falado em termos gerais, ou seja, nos maiores problemas que se arrasstam há anos, como educação, transporte e saúde. Estes itens são os importantes, o resto é apenas algo menor que deve ser feito aos poucos e se der. O grosso mesmo, ninguém pega.

E a situação não muda. Lendo por acaso jornais de 1946, vemos que os problemas do Brasil não se alteram. Nessa época, depois de uma guerra de seis anos que destruiu boa parte da civilização mais rica do planeta, o Brasil ficou assistindo de longe e sofreu várias consequências, como a deterioração dos transportes terrestres e aéreos por façta de peças de reposição e também sofreu com a falta de alimentos, racionados durante o final da guerra e após seu fim.

O ano de 1946 sofreu com falta de pão, farinha de trigo, milho, gêneros alimentícios em geral, combustível, moradias, automóveis... enquanto brasileiros firam mandados para guerrear na frente italiana, tendo diversos deles morrido em combate. Os que voltaram foram festejados como heróis - que foram, afinal - em manifestações de patriotismo, enquanto o contrário acontecia, como visto mais atrás neste artigo. Afinal, faltar gêneros alimentícios básicos em um país que sempre os produziu sem maiores problemas levam à sempre presente questão da ganância de fazendeiros e intermediários, que preferiram vender para o exterior a preços altíssimos em vez de manterem-nos aqui para alimentar a população brasileira.

De 1946 a 2012, o Brasil pouco avançou. A propaganda política para as eleições que ocorreram no início desse ano já mostravam a palhaçada, embora em menor grau, que toma conta dos anúcios de candidatos de hoje, ávidos por votos e sem programa algum. Decisões governamentais eram feitas sem nenhum contexto de "visão periférica", concentrando-se, como sempre, em atacar pequenos problemas como se outros não existissem, como se outros não interferissem ni contexto geral.

Posso escrever linhas e mais linhas aqui, mostrando meu descontentamento com tudo isso. A minha vida inteira - já estou com sessenta anos - esperei que as coisas melhorassem neste país. Isso não aconteceu, apenas o Brasil foi se desenvolvendo superficialmente com a maré que vem de fora, dos países mais desenvolvidos, mas os pontos centrais, estes não progridem. Os políticos são tão ou mais corruptos e despreparados como sempre foram...

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