segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS PARAIBANAS

Estação do Ingá.
Depois de cinco dias sem escrever nada neste blog, fato que náo me agrada, pois quando o iniciei em 2009 minha intenção era a de escrever todos os dias um artigo, volto depois de receber um e-mail interessante de um colaborador mostrando três estações - na verdade, ex-estações - da Paraíba.

Somente estive na Paraíba uma vez em minha vida, em João Pessoa por uma tarde de domingo, quando tinha quatorze anos de idade e viajava com meus pais. Fomos de São Paulo ao Nordeste com a Kombi de meu pai em janeiro de 1965 e ficamos baseados em Recife, de lá viajando para outros pontos e, claro, para lá chegar, dormindo em cidades pelo caminho.

É sempre bom lebrar que a Rio-Bahia tinha apenas cinco anos nessa época.

Devemos ter cruzado inúmeras vezes linhas de trens no percurso, por viaduts e em nível. Não me lembro de nenhum desses cruzamentos, mas eles existiram.
Estação de Cobé.
O fato é que as fotos que Luiz Antonio, este o nome do generoso colaborador despertaram em mim certas curiosidades. O Estado da Paraíba, em meu site, é um dos estados onde as páginas foram todas feitas "à distância", sem que eu jamais tenha chegado a qualquer das estações desse estado. Quem sabe um dia.

Foram fotografias de três antigas estações, duas em ruínas e uma em aparente estado razoável (pelo menos por fora) e que está servindo de moradia. Resolvi, sabendo que o estado tem um número de ferrovias e de ex-ferrovias relativamente pequeno, fazer algo que sempre quis fazer mas jamais fiz, por causa do imenso trabalho e tempo que isto geraria e pela falta de atualização constante de o que sucede em cada estação no país, o que faz com que qualquer levantamento tenha uma margem de erro muito grande. O uso e a própria existência dessas construções pode mudar do dia para a noite. Afinal, são quase 5 mil estações e paradas.

No caso da velha Paraíba do Norte, constatei então 79 estações em um número de linhas e ramais igual  oito (e depende do critério de como você os define). Há e havia linhas das antigas Rede de Viação Cearense, E. F. Conde D`Eu, Great Western, E. F. Mossoró-Souza e alguns ramais.

Dessas 79 estações (incluindo duas centrais em Campina Grande nova e velha, ainda existentes), cheguei aos seguintes números (que estão, repito, com alta margem de erro, pois em alguns a atualização já pode chegar a quase 7-8 anos atrás): dessas setenta e nova estações ferroviárias, apenas oito funcionam como tal. São as da linha Cabedelo-Santa Rita, da linha de trens metropolitanos a diesel da CBTU.
Estação de Itamataí.
Dezessete estações estão em trechos já erradicados, ou seja, nos antigos ramais de Cajazeiras, de Alagoa Grande, de Bananeiras e da E. F. Mossoró-Souza, onde se contam apenas as ex-estações do trecho paraibano.

Todas as outras, com exceção das usadas pela CBTU, estão em trechos abandonados pelas concessionárias, incluindo aqui o trecho entre Triângulo e Santa Helena, que faz (fazia) parte da linha entre o Recife e Fortaleza (por aqui passou o famoso trem Asa Branca). As últimas informações dizem que esta linha não está mais tendo tráfego de trens cargueiros.

O fato é que as notícias da Paraíba, em São Paulo, ou mesmo na Internet, acerca de ferrovias são muito poucas.

Continuando: Quinze estações foram demolidas; 21 não sei qual o estado delas, não tenho qualquer informação, não sei se estão de pé, em ruínas ou já demolidas; 4 eram até há alguns anos, pelo menos (continuarão sendo?) utilizadas pela CFN, atual Transnordestina (se os trens não estão rodando mais pela Paraíba, a CFN já deve tê-las largado); 7 estão em pé, em estado geralmente não muito bom externamente, mas não sei que uso têm; 4 são usadas como moradias; outras 7 têm uso institucional (há até uma delas que é um hotel bonitinho em Bananeiras); 8 estão abandonadas; 5 estão em ruínas.

A verdade é que o Estado é pobre. Muitas - a maioria - são estações isoladas ou nos limites das áreas urbanas das cidades ou vilarejos. A seca que se prolonga por lá há cerca de 2 anos deve ter levado muita gente que morava nesses prédios a deixar o local à procura de melhores paragens. Fora isso, nem trem tem mais.

Imaginem o que seria fazer um levantamento das estações no Brasil todo, sabendo-se que só em São Paulo há cerca de oitocentas.


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