sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A SÃO PAULO (E CAMPINAS) DOS MEUS CATORZE ANOS

Viaduto da Vila Matilde alguns dias antes de sua abertura ao tráfego - Folha de S. Paulo, 19/11/1965
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O ano era 1965, mais precisamente no final desse ano. Selecionei, na minha infindável pesquisa em jornais - Folha de S. Paulo, no caso - alguns fatos e fotos interessantes, aleatórios, que mostravam um momento de muitas obras na cidade.

Prestes Maia havia deixado o governo no início do ano e falecido pouco tempo depois; o prefeito eleito assumiu, Brigadeiro Faria Lima, e não somente completou as obras de Prestes Maia, como também iniciou outras, algumas já em projeto, outras não. Pena a má qualidade das fotos nas reproduções.

Uma delas, vista no topo da página, era a entrega do viaduto da Vila Matilde, junto à estação e sobre a linha da Central - hoje CPTM.O viaduto era inclinado e tinha saída das calçadas para a estação por escadas e rampas que lhe davam acesso. O viaduto ainda existe, mas a estação foi fechada há catorze anos já. A foto foi publicada em 19 de novembro; o viaduto foi inaugurado nove dias mais tarde.
Obras de alargamento da rua Amaral Gurgel em foto publicada pela Folha de S. Paulo em 30/11/65
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Outro fato relevante, com uma foto publicada no dia 30 de novembro (ver logo acima), foi o início do alargamento da rua Amaral Gurgel. Na época, ela começava a ser duplicada, mas ainda não se previa o famoso e amaldiçoado Minhocão sobre ela. Segundo a reportagem, o processo de desapropriações se arrastara por trinta anos, e em novembro de 1965 ainda havia alguns imóveis em pé e ocupados entre a rua da Consolação e a Major Sertório, que deveriam ser desocupados no máximo até o dia 22 de dezembro.
 
Foto publicada pela Folha de S. Paulo em 18/9/1965 mostrando o encontro das avenidas da Traição (futura Bandeirantes) com o córrego no meio e das avenidas Moreira Guimarães e Washington Luiz
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Também se iniciava o viaduto que uniria as avenidas Moreira Guimarães e Washington Luiz, sobre o córrego da Traição e a avenida do mesmo nome. Avenida era modo de dizer, pois era apenas um caminho de terra sem alinhamento e sem proteção em relação ao córrego ainda a céu aberto, que seria asfaltada em 1970 e o seu nome trocado então para avenida dos Bandeirantes. A foto acima mostra o início dessas obras.

Folha de S. Paulo, 9/12/1965 - o palco e a igreja do Teatro Carlos Gomes vista através dele no final da demolição do prédio
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Finalmente, uma foto não de São Paulo, mas de Campinas: a demolição do Teatro Carlos Gomes, projetado por Ramos de Azevedo em 1930 e demolido em dezembro de 1965, por motivos não muito bem explicados: era o maior teatro da cidade (ver foto acima) e nunca foi reconstruído outro em seu lugar. Agora, cinquenta anos mais tarde, fala-se em construir outro. A foto acima mostra a última parede dele em pé, justamente a do palco, através do qual se via a igreja atrás. Abaixo, o teatro ainda de pé.
O teatro ainda inteiro - foto http://spressosp.com.br
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