sábado, 11 de outubro de 2014

TRENS E GATOS NA VELHA PORTO FERREIRA

A estação em 1916. Foto Filemon Peres
.

Minha avó Maria nasceu em Porto Ferreira no ano da graça de 1894. Treze anos e meio depois da chegada da Companhia Paulista à cidade e basicamente o mesmo tempo de sua fundação.

Contava ela para seus filhos, que nasceram todos em São Paulo (com exceção da primeira, que morreu com seis anos de idade), que, quando ela ia para a Escola Normal de Pirassununga, onde estudou por volta de 1912 a 1914, ia à noite.

Todos os finais de tarde, ela tomava o trem da Paulista na estação e descia na estação de Pirassununga, de onde caminhava por cerca de dez a quinze minutos até a escola.

E todas as noites, quando ela voltava da escola no trem, este apitava na curva que existe logo após a curva sobre o riacho Santa Rosa, antes de chegar à estação.

Seu gato ouvia o apito e chegava à estação para esperá-la e voltar ao seu lado até sua casa, que ficava a cerca de quatro quarteirões.
A estação em 2010. Foto Carlos R. Almeida
.

Histórias que não se ouvem mais, por motivos óbvios, pelo menos neste país que detesta o mais lindo e agradável de todos os transportes: o trem.

Vovó morreu em 1987. A estação fechou para passageiros em 1976. Esta ainda está de pé com funções que nada têm a ver com a ferrovia. Os trilhos foram arrancados em 1997.

2 comentários: