sábado, 1 de novembro de 2014

A HISTÓRIA SECRETA DOS MUNICÍPIOS PAULISTAS - PARTE VIII (ALÉM SERPA DO MIRANTE)

Região do Além Serpa. A cidade mais falada, abaixo, nem aparece no mapa do Google Maps nessa escala, mas ainda existe e é município. Fica longe das estradas principais (em amarelo) e ao sul de Ubirajara e a leste de Campos Novos
.

Pois é, alguém já ouviu falar de Além Serpa do Mirante? Pois é, a oitava parte do tema segue a mesma lista de pareceres das partes V, VI e VII, publicadas por mim nas últimas duas semanas - e leva a uma série de dúvidas que precisarão ser melhor pesquisadas.

Mirante, nessa época, era um districto de paz do município de Piratininga, cuja estação se chamava Cabrália. Mais tarde, a estação e a cidade mudaram de nome para Pirajaí e finalmente Cabrália Paulista, tudo isto nos anos 1940. Já o Além Serpa... que nome estranho, mas abaixo, se explica alguma coisa sobre ele.

Repito aqui abaixo o mapa publicado na sétima parte deste assunto, pois algumas das povoações e cidades ali mostradas, bem como rios, aparecem nesse belo mapa de 1929.
O Estado de S. Paulo, 4/4/1929
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Este parecer dividido em diversos, três dos quais já transcrevi, também, claro, foi escrito em 1 de fevereiro de 1935 por meu avô Sud. Parece que neste dia ele teve muito trabalho... Ele começa:

"A ZONA DE ALÉM SERPA DO MIRANTE - Afora o problema da modificação administrativa quanto á zona da margem esquerda do rio do Peixe, que as novas divisas de Pompéa e Marilia resolvem definitivamente, a contento das populações , ainda existe a questão da zona de Alem Serpa do Mirante e que affecta o municipio de São Pedro do Turvo.

O processo, que se junta a este parecer, está cheio de pedidos e de solicitações e supplicas dos moradores das chamadas cabeceiras do ribeirão de Santo Ignacio, do rio São João, Rio das Antas, e Vermelho,  clamando pela transferencia de suas propriedades para os municipios que ficam á margem da linha ferrea da Companhia Paulista. Basta folhear ligeiramente as paginas deste volumoso processo para verificar que o clamor é continuo e insistente e que a tecla é sempre a mesma; os moradores querem pertencer administrativamente ás mesmas entidades a que estão ligados economicamente.

Os proprios moradores do districto de paz de Caçador (nota deste autor: é o atual municipio de Ubirajara), contra cuja anexação ao municipio de Gallia ou Duartina o directorio de São Pedro do Turvo contesta, até estes moradores, em officio de dias atraz, dirigido a esta Comissão rogam os salvem do desastre certo, que é a sua permanencia no municipio em que se acham. Mostram o descaso da séde do povoado: a falta de meio de transporte, de qualquer especie de serviços publicos, a ponto de não dedicar a séde nem 10% da renda do districto em obras e serviços para o proprio districto, que ha mais de quatro annos está sem sub-prefeito e que não tem nem mesmo um supplente de sub-delegado de policia nomeado para tomar conta da segurança publica.

E toda essa argumentação não seria, se a razão não estivesse do lado dos moradores de Caçador, que só tem vantagens em pertencer a Duartina pelas maiores facilidades que esta lhes offerece não só em qualidade de estrada de rodagem, como em viação ferrea.

Examinadas as cousas, sem isenção de animo e sem parti-pris, a Commissão entendeu que devia propor a linha lindeira dos varios municipios situados na linha da Companhia Paulista da seguinte maneira:

Vera Cruz attingindo o corrego do Estevão, affluente do ribeirão de Santo Ignacio; Garça até o corrego Agua Branca, abrangendo a séde do districto do Caçador e a parte da area deste districto.

Para Garça entendemos ainda o pedido de uma inportante (sic) empresa agricola, levando as divisas até as nascentes do rio Feio, do lado norte, pois as razões do pedido nos pareceram solidas e boas."

(Continua...)

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