segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O RAMAL DE PONTE NOVA, MG


O ramal de Ponte Nova - também chamado de ramal da Ponte Nova - da antiga Central do Brasil (dentro da RFFSA, passou a ser administrado pela Leopoldina em 1973, já que se ligava à linha de Caratinga na cidade que dava nome ao ramal da Central. Partia da estação de Miguel Burnier, na linha do Centro da Central do Brasil, estação localizada num distrito da cidade de Ouro Preto.

Operou com trens de passageiros até os anos 1980. Um guia da RFFSA mostra o ramal com suas paradas - poucas estações ainda funcionavam - em 1982: eram Ponte Nova, Acaiaca, Mariana, Ouro Preto e Miuel Burnier. Um trem misto diário (MK1) que saía de Ponte Nova às 14:30 e chegava em Miguel Burnier às 22:19. Já o MK2 saía de Miguel Burnier às 4:00 e chegava em Ponte Nova às 11:50. Sete horas e cinquenta minutos para fazer um percurso de 144 km. E como era um trem misto, não se podia esperar pontualidade, embora o próprio guia citasse a velocidade comercial de 18,36 km/hora (meu Deus!). Citava ainda na composição 3 bagageiros e 3 carros de madeira com "poltronas de primeira".

Bom, o ramal originalmente tinha muito mais estações e paradas. Uma delas, uma estação construída junto com a linha quando se ligou Mariana a Ponte Nova em 1926, está de pé hoje por milagre. Seu nome original foi Itá. Logo depois, ganhou o nome da povoação que ficava próxima, Barro Branco. Finalmente, resolveram homenagear algum religioso com o nome de Cônego Luís Vieira, a apenas dezessete quilômetros de Ponte Nova.

O local, no entanto, continua com o nome de Barro Branco.

A estação, de madeira, está milagrosamente em pé, mas semi-destruída. Num dos cantos, erigiram nos últimos anos uma parede de madeira, sabe Deus para que.

Hoje em dia, trilhos praticamente não existem mais no ramal, exceto no trecho entre Mariana e Ouro Preto, que funciona como linha turística desde 2006, operada pela FCA - Ferrovia Centro-Atlântica. Originalmente era tracionado por uma locomotiva Texas, trazida da E. F. Teresa Cristina em Santa Catarina especialmente para este trem. Porém, ele não aguentou o tranco e quem hoje puxa os carros do "expresso" é uma locomotiva diesel-elétrica da própria FCA.

As fotografias, todas da estação citada, e alguns dados foram-me enviadas gentilmente pelo Fabio Libanio, ontem, por e-mail.

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