terça-feira, 14 de julho de 2015

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS GAÚCHAS

A estação de Barreto há poucos dias
 
Ir do interior do Estado do Rio Grande do Sul para Porto Alegre era bastante difícil até 1910.

Para se vir de Uruguaiana, Passo Fundo, Santa Cruz, Pelotas e Bagé, somente para citar alguns exemplos, para a capital gaúcha significava vir de trem até a estação de Santo Amaro, às margens do rio Taquari, e ali tomar um barco até Porto Alegre. Isto somente mudou em 1911. A partir deste ano, entrou em operação a ligação entre as estações de Barreto e de Montenegro, que unia a linha que vinha de Uruguaiana e a que vinha de Caxias e Canela, esta sim, desde o início (1872) ligada à capital. Era uma volta sofrida, mas evitava a baldeação trem-barco.
A estação de Fanfa há poucos dias
 
Finalmente, em 1938, portanto, vinte e sete anos mais tarde, a curva em um grande U foi eliminada e o trem pôde seguir margeando o Taquari entre Barreto e Canoas para chegar na maior cidade gaúcha.

O trem de passageiros da principal linha do Rio Grande do Sul foi a última deste Estado a ser erradicada, isto em 1996.
A estação de General Luz
 
Nessa variante de 1938 havia quatro estações: Vasconcellos Jardim, Fanfa, General Luz e General Neto. Os trens de passageiros paravm aí, mas eram estações de baixo movimento, longe dos núcleos populados. Portanto, se ainda houvesse trens hoje, elas continuariam com baixos embarques e desembarques, a não ser que tivesse sido colocados em alguma delas linhas de ônibus ligando-as com as cidades próximas: Nova Santa Rita e Triunfo, que, aliás, é a cidade onde está sediado desde os anos 1980 um polo petroquímico.
A estação de General Neto, em ruínas: pouco sobrou
 
E é esse mais um motivo para as ex-estações estarem abandonadas e mal cuidadas, como se vê nas fotografias bastante recentes enviadas esta semana por Vitor Hugo Langaro, a quem agradeço. A de Vasconcellos Jardim não foi fotografada, mas a de Barreto, onde termina a variante, sim.

Porém, na linha toda, que cruza o Estado de ponta a ponta e de leste a oeste, o número de estações demolidas, em ruínas e abandonadas é bastante grande - não somente na variante.

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